O Silêncio

Por Cristyam Otaviano - março 19, 2015

Talvez esse texto saísse melhor, se minha cachorra parasse de fazer ruídos, com a sua mais pura inocência de cachorro.

Quem nunca ouviu o silêncio? O silêncio sufoca, quando temos um monte de coisas engasgadas na garganta, ou alivia quando você para de ouvir reclamações ou lamurias, "aí" dos psicólogos. Ele pode matar, ou pode criar vida. Imagina se Maria se calasse diante do anjo Gabriel, ou mesmo se um chefe de estado diante de casos de corrupção no seu mandato. Certas vezes o silêncio é a única e melhor resposta para tudo, a vida perderia a graça se cada vez que questionássemos os seres de luz obtivéssemos respostas. A ciência seria muda. O silêncio não diz nada, mas também diz tudo.

O silêncio é uma arte, arte que eu avario ao digitar esse texto. Ele pode causar danos, imagine calar uma sirene quando uma Rosa de Hiroshima está prestes a desabrochar, estando somente para acabar com a vida.


O mundo explode numa guerra mundial, daí vem o silêncio e avisa que a paz chegou. O mundo chora em uma tempestade, o céu se quebra em mil pedaços e desaba em forma de raios escandalosos no chão, eis que vem o silêncio trazendo o sol, um arco-íris e o azul do céu. Uma banda de rock estoura tímpanos em um teatro eis então que faz-se silencio e então cria-se arte. Aleatória arte. O silêncio é mistério, e nessas horas ele é puro segredo.

O silêncio omite, deixa de falar, esconde, constrói segredos.

Ele vai além do Volume 0, da ausência de som. É infinito. Divino. Frágil. O silêncio é a essência de tudo. Solidão. Abandono. Desespero. Calmaria. Ele é contrario, resposta - duvida.

Créditos: Pixabay
Para quem vive entre gritos, sons e ruídos o silêncio pode ser sinal de anormalidade. O silêncio de alguém pode causar ou mesmo representar um desespero sem precedentes.

Belo, humilde, secreto, tudo, nada, divino e infinito. Ele se define, mesmo que incompletamente, ele se explica. Ele é ele. Ele é Silêncio, e isso me cala.

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