Esquisito

Por Cristyam Otaviano - novembro 12, 2016

As vezes ligo o computador e abro o editor de texto. Fico olhando a tela, esperando vir a cabeça algo pra escrever. Um sentimento, um acontecimento, algo que motive alguém ou mesmo um desabafo de um tempo ruim. Mas a vida está tão boa assim como está, me sinto até um tanto esquisito, que fica difícil escrever sobre algo. Aqui reina a mais pura normalidade. Não há coisa ruim que nos aflija.


A vida pareceu estabelecer um equilibro, que se alterado, tenta se restabelecer para então voltar ao estado inicial. Estou feliz, não há um motivo "x" para o estar, mas estamos e isso é bom. Quem sabe seja o somatório dessas variáveis e não uma parte desse todo. 

Me sinto bem como estou, apesar de não haver grama, vento fresco no rosto ou estrelas no céu, estou bem, e que fique assim por um bom tempo. Temos uma vida para viver, isso é fato, mas por ora um dia de sossego, com vários nadas pra fazer cai bem frente a uma rotina corrida e estressante. As coisas importantes, já não tem mais tanto peso na nossa vida, elas encolheram frente ao grandioso sentimento que habita aqui dentro.

Meu estado? Esquisito, singular, indecifrável. Brinco comigo quando fico aqui admirando a solidão, o silencio, toda essa calmaria. Não quero sair, quero aproveitar isso, como alguém que come a sobremesa lentamente, para que ela não acabe tão cedo.


Por ora sou tomado por súbitos nós na garganta, não consigo explicar porque a vida está tão assim, está desta forma, só tenho que aceitar e aproveitar isso enquanto dura. Tudo é tão esquisito que não conseguimos distinguir como estamos, parecemos habitar uma uma zona comum entre os sentimentos. 

Frente a tudo fica difícil distinguir o que é o que. Se é angustia, tristeza ou alegria. A confusão de sentimentos é presente. Mas lá no fundo a gente sabe que a vida tá boa, quando o choro é de felicidade.

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