Limites

Por Cristyam Otaviano - março 18, 2017

As coisas aqui mudaram, até o tempo mudou, é natural ou consequência das coisas por aqui?

Você me faz falta, sei que nossos hiatos não são lá essas coisas todas, mas tenho sede de algo que não se guarda na despensa, não compra no mercado. Tenho sede de carinho, alguma coisa aqui dentro grita por alguém, algo que venha e acalme a alma. Uma parte de mim me impede de ir além de mim mesmo.

Preciso remontar o amor, o farei novo, de novo. O corpo clama por mudanças, algo precisa mudar. Não opto por viver um futuro sofrendo por frustrações de expectativas do passado, passou, acabou não posso mudar isso. Sofrer pelos assuntos da vida é sinal de vida. Sofrer é viver, isso é a vida.


Inverte a vida, saia de si, de uma volta na sua órbita, se precisar saia dela. Conhece o mundo, vê a vida pelo lado de fora. Seja presença na solidão de lugares, seja o ruído do silêncio da casa vazia. Perca-se para então se encontrar.

A noite existe para mostrar que há partes da vida que habitam desconhecido, se há luz, foi porque a escuridão foi inventada. O inverso também é valido. Faça uma ciranda com a vida. Tal hora a gente se vê olhando para o céu pulando de estrela em estrela, suspirando e revendo o que passamos. Tal hora passa e a gente nem percebe.

Os limites você os conhece, sabe ate onde te definem. Seu "eu" morrer onde o limite nasce. Você se conhece o suficiente? Veja a si. Veja quando atirou no seu pé quando fez aquilo que "nunca" faria. Há mais em si, de si, que você se assustará ao descobrir. Faltou seu amor-próprio, por pôs risco a si mesmo, e pena que sobreviveu.

O padrão da vida não existe, não há convenções do que se deve fazer aqui ou ali. Viver não requer regras. Algo parecido é mero capricho.Você não precisa se formar na faculdade para ser feliz, não precisa ter uma mansão para viver confortavelmente ou mesmo casar para ter a plenitude no amor, certas alegrias moram bem aqui, dentro da gente, onde ninguém alcança, fincada num lugar de onde ninguém tira.


Vai, só vai, pode ir, não se preocupa com o que ficar, a lua toma de conta. Ouça os galhos quebrarem sob seus pés, os bichos cantarem ao som da noite, aqui há vida. Os limites ficaram para trás, agora você esta no extremo de si. É bom, fez bem e lá também deixei meu amor próprio. A cada passo as suas barreiras ficam para trás e então fazem-se novas que remarcam um novo eu. Morte e vida. O velho ficou para trás.

A vida fica interessante quando estamos além de velhas fronteiras, em algum momento, por aí, você sai dela e nem percebe onde anda. Por acaso está exatamente na zona de incoerência das coisas. Fique atento, espreita porque se a vida ficar boa, ou no mínimo estranha, é porque estamos além de nossas fronteiras, e o velho ficou para trás. É bom, não é?! Viva o agora, sinta isso, esta, é não é nada mais que a vida além de seus limites.

  • Compartilhe:

Leia Também

0 comentários