De uma simplicidade tamanha que assustava, fiquei cego. Foi das borboletas que me fiz espanto. Vinham de dentro de árvores e anunciavam alguma coisa que ainda não havia descoberto. Quando soube, também haviam borboletas em mim.
Aonde iam? Não sei, quem sabe em busca do amanhã, ou talvez me levassem até você como fizera por todo caminho. Conjugando um amor no futuro. Brincando com nossa mais estúpida confusão. Encolheram o mundo na sua miudeza.
Traziam a vida nas asas. Levaram cada uma, pedaços de mim, fizeram a mim algo incompleto, mas sabido de si. Devoraram-me, antes de ser teu. Dançaram no vento, comemorando um amor que se quer aconteceu. Volúvel, sabidas de mim, mas ainda incompreendidas.
No desconhecido, em tons de amarelo, mostraram a presença de Deus. Ele veio aqui, flor da metamorfose, ainda bem que trouxe Clarice para ver tudo isso. A vida é simples, e tratamos de complicar as coisas.
Voaram e assim mesmo se foram, divinas, simples, me levaram até você, de céu azul, peito cheio de algo para dividir, eu fui. Foi bom, que bom que foi. É amarelo, há borboletas em mim, sou grato por isso, mais ainda àquelas, que me levaram até você.
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