Status: (Re)começando
Por Cristyam Otaviano - novembro 11, 2018
Estou meio perdido, é que não sei por onde começam as coisas. Não se diz na TV, nos livros, nos sites... É seguir.
Um dia diferente dos outros nasceu, não foi o sol, a lua, nem a noite que havia amanhecido. Fui eu. Amanheci em mim, me sentindo fora de um tempo que não me pertence, não me sinto parte de uma casualidade qualquer. Há coisas que não me justificam, por que eu já nem existo mais.
Estou em silêncio pois, vivo um luto de mim mesmo. Alguém que fui, não existe mais, porque estou em recomeço. Não me conjugo em passados mortos, de hoje em diante serei só futuro. E por isso ainda não existo. É difícil me definir, sou um processo que ainda não chegou em seu estado final.
O processo de dizer adeus a quem já não sou mais. Saber que certos amores morreram, pessoas se foram, ainda que estejam aqui. Deixar ir aquilo que nem sabemos que era nosso, deixar aqui o que não faz mais sentido manter. Sou pouco e não sustento mais nada além do que minha pouca existência.
Não é orgulho, nem ego, é vontade, querer. Um alguém em momento, vivido pela inércia de um passado que não se pode julgar irrelevante. Hoje sou silêncio, estático e dinâmico. O tempo é um agora que não tenho pressa de viver. Há verdades que jamais lhe contarei. São insuportáveis.
Ser vazio não é o mal em si, mas perto da menor humanidade que seja é de girar os mundos mais sólidos. E foi assim, toda a verdade que eu senti em mim. E por um momento eu já não era mais. Ser não era mais conjugado, existir não se conhecia.
O hoje amanheceu diferente. Sou a chance de ser alguém, o começo de um novo fim, a descoberta de um lugar visto por um novo eu, a paz de um coração que já nem lembra mais como se ama, do frio na barriga da saudade. Sou uma chance onde não se existe certo nem errado, apenas o fato de ser já é valido. Há novidades em uma vida que já foi.
Um ser em processo, de talvez ser feliz novamente. Ecos de um passado de luta para sobreviver. Um luto por quem já não somos, o medo de um futuro que pode nem acontecer, o adeus à amores que nunca aconteceram. O desapego mais verdadeiro, até mesmo de mim, a ponto de diz "já não existo mais". É cinza tudo que existia de mim.
Queimei de dentro para fora. Foi um acontecimento na história. Marcas que nem mais existem, a sobrevida de vidas alheias que precisam de oração. Uma verdade que se vive, aqui, agora. Um processo, uma chance, um lar, uma vida, um novo começo... e sou um (re)começo.
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