11 de Fevereiro

Por Cristyam Otaviano - fevereiro 11, 2019

Hoje.

O peito nem sabe o que faz, se dói, respira ou se para de viver. Estamos condicionados a morte. O futuro começa a ser repensado, sim, tempos novos virão. O sol não nasceu em algum lugar. O peito ainda dói, sente e nem sabe mais se respira.

Longe daqui alguém habita o espaço de um amor que grita, chama, procura e foge dos monstros que estão a solta. É medo do que o amanhã trará. Entre suspiros e dores me digo, em passado, presente e quem sabe futuro.

A vida nunca valeu tanto. Incompreendida a TV tenta explicar aos homens o que anda além da humanidade, apenas máquina e homem. Erros se repetem, hoje mesmo acordei fora de hora. Nasci antes do tempo, e isso teve um custo. Histórias se completaram, recomeçaram e terminaram.

Não entendemos porque as coisas têm fim. Estamos no meio e somos justificáveis. O hoje já estava escrito, meu peito seria dor meio ao caos dos homens, o mundo está todo do contrário. O tempo enlouqueceu e resolveu adiantar os fatos? É mesmo onze? É só um lado de uma moeda.




Ao futuro, entrego a paz dos meus dias, de presente sou a dor que me rouba o ar, ao passado todas as verdades que não foram ditas. Faça silêncio que a vida vai passar. Em infinitivo, imperativo, participo e gerúndio, eu me conjugo para que não haja erro em ser. Existi e isso foi um fato. Creio que estou onde deveria estar, mas ainda não achei meu lugar.

O ar me falta. Em espírito de oração os homens irão dormir, houve silêncio no rádio, faltou voz. Estático vimos o dia acontecendo, se fazendo ele, trazendo, levando e sendo a estática que calou o rádio. Chora menino... Ele não está mais aqui.

Choro pelo ar que me falta, pela dor que tenta me deixar de ser. Vai menino, te salva, pois não sobreviverei ao hoje. Leve minha verdade para que os homens sejam paz

Heróis ainda salvarão os tempos dos males que virão, quem sabe tu serás um deles. Vai menino, chora. Te salva desse dia, e vai, atravessar a noite, rasgar os sonhos, virar o tempo para sobreviver o medo e ser, porque o amanhã ainda precisará da tua verdade, dos teus fatos.

Vai! Foge menino, e leva na memória o hoje, que ainda não acabou, mas que provou, por mais de uma vez, que tudo tem seu fim. 

-- 11 de Fevereiro de 2019

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