Presente
Por Cristyam Otaviano - agosto 18, 2019
Hoje o dia foi presente, aconteceu para mim, ainda bem que existo, se não o dia seria seria órfão.
Ruídos me remeteram a destruição em sonhos, era o mundo que desabava em raios e trovões, a humanidade provava da fúria de deuses, eu nem sabia o que faria, as vezes faltava o chão, não havia luz, só me restava confiar e ir.
Somos humanos e não maquinas, o ruído atesta nossa humanidade, barulho na imensidão do vazio do universo. Conectados de formas vão além de qualquer tecnologia vã já inventada. Há amores que jamais conseguiremos explicar, os tempos se conduzirão por caminhos cruzados, mas não iguais.
Tecnologicamente testemunhamos verdades, acontecemos de um jeito pontual, além da hora que os homens se reuniram para assistir a ruína de um qualquer. Hegemônicos, existimos e só o fato de pensar não sustenta meu ser, escrever prova que um dia existir, falar prova quem eu fui.
O sol hoje resolveu me pertenceu, os homens tocavam uma sinfonia qualquer para que eu pudesse dar adeus ao dia que jamais pensei que fosse meu. Ainda é quinta feira e me sinto morando na eternidade de um céu azul que invadiu o quarto e veio me banhar.
Fiz um contrato com o tempo para que eu pudesse viver, caminhar pelas ruas sem que me vissem, as estrelas foram todas minhas, até a lua quis ser minha.
Hoje fui presente. O dia precisa acabar, o amor não.
As coisas não chegam onde querem chegar, são processos que demorar para acontecer. O caminho certo da vida é a dúvida. Sistemas são falhos, os homens também, só a verdade nunca falha. Aconteci em silêncio, refiz caminhos e ninguém soube, minha presença era notada, eu fui ruido. Comunicação, do outro lado há um novo homem, mudança.
Em presente, talvez em singular, me comuniquei, conjuguei meus verbos todos errados, são ecos de um acontecimento bom. A madrugada me vem fria, não triste, mas vazia de um calor que não lhe possui. O tempo hoje, aqui e agora é outro.
Deito leve na cama, por ter possuído até mesmo a lua, o sol e o mar em mim. Pelo que me veio e pelas coisas que perdi. Poesias dizem que palavras não devem ser ditas, eu digo muito, e não sinto pouco. Que os homens me prendam! Hoje durmo em paz por saber, comigo, com o tempo, com o sol e a lua, que o dia não teria sido o mesmo se eu nessa manhã, não tivesse acordado do teu lado.
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