A vida não tem explicação, não há o que justifique a humanidade. A solidão de uma espécie que floresceu no vazio do universo. Inteligência? Misericórdia senhor.
Na esquina do Universo eu vou esperar meu amor voltar. O céu é só uma cor. Verei as estrelas passarem, dançarem, nascerem no ventre de uma mãe desconfigurada, já cheia de si. Sufocada, gritou no vazio, virou eco, deu a luz.
Um dia descobrirei o porquê das coisas, buscar as explicações que me faltam. Serei a ciência de mundos que vão além do papel onde escrevo. Hábito cada um deles, eu vos criei, seria eu Deus? Crio no meu tempo.
Ver onde o mar acaba, onde moram todos os pássaros. Fugindo de uma epifania que criaria uma comunicação nova, eu seria uma mensagem jamais ouvida, uma garrafa perdida num mar de superficialidade. O que a lua esconde quando se esconde?
Atravessaria o tempo para chegar no amanhã. Eu nem me pertenceria mais, fora do tempo seria inexplicável justificar tudo que faço. Ainda seria eu? Sou feito de amores e histórias. O amanhã parece sempre estar atrás de mim, sou o futuro.
Há estrelas que não brilham, o céu é um passado que se vive no presente. A luz nunca deixou de existir. Tu tem brilho que sai de dentro, quando se põe a me olhar e me sorri, a mesma luz que invade o filho do sol. Alguém que fez o amor parecer pouco. Tu.
Quero saber de onde vem as almas, para onde vai o vento que me leva de mim, onde nasce a luz. Retrocedido ao incio do tempo, iria procurar o insuportável de saber de absolutamente tudo. Eu seria Deus tentando se entender.
Me basta saber que eu sou aquele que não precisa se explicar, porque sou o que se é.