Ali, passando em meio do vai e vem de tida gente, eu te vi. Aí deu o vento e te levou. Para onde eu não sei, mas te queria por
perto. A lua, assistia à festa toda lá de cima, os iguais, o protesto
feito da mais verdadeira forma, que não usa palavras de ordem, muito menos cartazes, um protesto de existência. Um protesto de amor. Ele sempre vence.
Atrás do trio eu fui, de música em música, dança por dança,
até que me senti, você estava por perto, fiquei a sua procura, mas foi
em vão, sumiu de novo. Parado ali em meio a todo mundo, dançava
quando vindo em meio a multidão, era você. O coração simplesmente fez
uma festa no peito.
Passou e quase que te perdi de novo, então puxei teu braço e você me olhou querendo entender o que era aquilo, mas logo desfez quando me olhou, fui ao teu pé do ouvido e foi ali que tudo começou.
Num
beijo, único, a reação inerte, um ato quase que poético, você me ganhou,
sem contar no sorriso, de longe um dos mais simples e encantadores
que já vi. É você, o coração falou. Pensava que você fosse sumir, mas ficou perto, me vigiando, espreitando como um predador vigia a presa.
Fui só mais um? O primeiro? O último? Ficou a dúvida. Independente disso, só precisava ser especial enquanto durasse. E foi nos teus olhos que o coração fez calmaria. Acalma a alma, inquieta.
Fica
confuso dizer ou pensar algo, via das coisas que aconteceram e que
podem acontecer. Se erro por fazer isso, prefiro ficar persistindo no erro,
continuar sendo burro. Nas vésperas de uma data tão especial, ali em
uma festa tão linda que você me veio, a vida que te trouxe. O acaso mais perturbador e reconfortante de todos.
Certas coisas na vida, só nós entendemos, porque nos pertence, é nosso. Se pudesse te levar para
algum lugar, sabendo que aceitaria. Não te levaria para lugar nenhum,
porque assim ficaríamos numa busca eterna pelo nosso lugar
no mundo, uma viagem que nunca tem fim.
Procurar um campo para ver as
estrelas, uma praia onde o som mais humano que se ouça seja o da tua
voz. Te levarei comigo, levarei aqui, para sempre. Porque ainda que as coisas tenham fim, a eternidade parece pequena para frente a nossa história.