O velocímetro marca 120 km/h, aos poucos tudo vai ficando pra trás. Pensamentos, saudades, pessoas e inclusive partes de mim. O carro é escuro, a paisagem também, o tempo frio faz com que muitos fechem as suas janelas na tentativa de manter-se aquecidos.
Ao abrir a janela o vento frio caricia meu rosto, gosto disso, gosto daqui. Penso nas minhas atitudes, no quão vivendo eu estou, isso é ótimo, viver. Faço uma auto avaliação do ano. Os meses passando, as situações vividas, os desafios ultrapassados, os demônios vencidos e outras coisas mais do passado. Nossa! O tempo voou, e acho que só eu reparei nisso. Já é mês nove, no onze, mais um ano passa no meu contador. 19 anos e acho que já vivi mais coisas que muita gente por ai. Esse foi o ano, meus 18 anos.
Como é boa a minha vida, espero que continue assim. Não trocaria ela por a de ninguém, estou muito bem com ela. Não tenho arrependimento algum em ter nascido em uma família de classe media baixa, pelo contrario, agora sei o quanto isso fez bem para mim quanto a construção de ser humano.
Entrei nessa viajem sem saber o que procurar, quando na verdade a única coisa que busco é a mim mesmo quando sei bem quem sou e para aonde pretendo ir. Conversando com meu amigo nesses dias, soube que algo tinha ficado na capital, saudades. Falei pra ele que precisava dessa viagem, me perder para então me descobrir, mais ainda. Falei pra ele.
Eis que em meio a tudo olho pra cima, e então me reparo com mais uma das belezas desse lugar, o céu estrelado. Uma imagem fantástica, impossível de ser vista na capital por conta das luzes da cidade. O mundo entra em um Offline e eu passo a admirar a paisagem sem em importar com o vento, a musica alta, o velocímetro.
De repente, perdido na luz dos astros, hipnotizado pela imagem vejo uma estrela cadente cruzar o céu. Logo por censo comum minha mão vai no bolso e faço um pedido. Uns pediriam saúde, dinheiro, alguém e outras coisas, eu só peço para ser feliz, mais ainda, pois estou vivo e sou imensamente feliz por isso.