Sabe aqueles dias em que você só quer ficar deitado no seu quarto, em posição fetal, no escuro e escutando o CD da Lana Del Rey de trás pra frente?! Nesse dia eu estava bem assim. Em tempos assim as coisas perdem a graça, seus amigos não existem, até o passatempo mais animador e agradável perde a graça, resumindo, tudo fica preto e branco. Eu sentia que naquele dia, não só eu, mas o mundo, o intangível, estava triste. Éramos um só.
Eu estava preparando a pauta para o vídeo que breve eu iria gravar. Tinha que fazer aquilo naquele momento. Quando me chamam na porta. Eram meus amigos me convidando para sair. No início eu resisti, mas aos 45 minutos do segundo tempo eu cedi e os acompanhei. Foi tudo na mesmice, fomos na casa da amiga, comemos pastéis. Até que algo inesperado aconteceu, choveu.
O mundo chorava naquele momento, e todos com medo das lágrimas refugiavam-se sobre seus devidos tetos. Mal sabem os medrosos o quanto alegram essas lágrimas apesar de serem provenientes de tristeza.
Paro um pouco para pensar quantas lágrimas são necessárias para encher um mar. Quantas eu não sei, mas com certeza não caberiam nos dedos das mãos. A chuva, corajosa, caí intrépida. Ouço em cada som de cada gota que se desfaz no chão, um convite pra me banhar sobre elas.
Sou fraco, não resisto. Convido meus amigos a me acompanharem nessa aventura, é em vão. Me desligo do mundo, me livro do celular e do conteúdo dos meus bolsos. Estou pronto para ser alegre na triste chuva. "Serei eu" penso ao me jogar na frente das lágrimas. Mais que a pele, elas me limpam a alma. A medida que me molho, vou ficando livre das más energias. Vou sendo transformado, logo sou outro.
Recordo-me de quando eu era criança, quando me deitava no sofá e ao acordar estava na cama. Quando existiam invernos de verdade. Época que aos primeiros chamar das primeiras lágrimas eu já estava me despindo das roupas comuns e buscando entre as roupas sujas as mais vagabundas para poder me jogar na lama. Se o mundo chorasse milhares de vezes eu me alegraria milhares de vezes em suas lágrimas. Hoje o mundo pouco chora, deve ter se cansado, ou de tanto chorar chegou no seu limite, desistiu de si mesmo.
A chuva não parava e não poderia ficar melhor. Os flashes celestes davam um brilho extra para o derramar de lágrimas. Foi então que os amigos medrosos, os mesmos que me tiraram de casa, perceberam que já estava na hora de voltar para seus ninhos, porem a chuva lá fora não dava trégua. Só restou atirar-se nela. Embalamos tudo em sacolas plásticas e saímos na rua, deserta, somente pranto. Nos sentíamos verdadeiras crianças. Estávamos na chuva, na mira dos pingos.
O caminho não era tão longo e não fazíamos a mínima questão de ter pressa. A medida que percorríamos as ruas tornávamos, por conta de nossos gritos de alegria, vítima dos olhares dos medrosos enclausurados. Burros. Danem-se eles. Pensar que horas, minutos, atrás eu era um suicida. Um louco, completo lunático. Pensar que eu nem queria sair de casa.
A chuva uma hora iria parar e eu sabia disso, a final aí já não seria mais chuva, seria um pranto sem fim, um diluvio, ódio do mundo por nós.
O mundo chorava naquele momento, e todos com medo das lágrimas refugiavam-se sobre seus devidos tetos. Mal sabem os medrosos o quanto alegram essas lágrimas apesar de serem provenientes de tristeza.
Paro um pouco para pensar quantas lágrimas são necessárias para encher um mar. Quantas eu não sei, mas com certeza não caberiam nos dedos das mãos. A chuva, corajosa, caí intrépida. Ouço em cada som de cada gota que se desfaz no chão, um convite pra me banhar sobre elas.
Sou fraco, não resisto. Convido meus amigos a me acompanharem nessa aventura, é em vão. Me desligo do mundo, me livro do celular e do conteúdo dos meus bolsos. Estou pronto para ser alegre na triste chuva. "Serei eu" penso ao me jogar na frente das lágrimas. Mais que a pele, elas me limpam a alma. A medida que me molho, vou ficando livre das más energias. Vou sendo transformado, logo sou outro.
Recordo-me de quando eu era criança, quando me deitava no sofá e ao acordar estava na cama. Quando existiam invernos de verdade. Época que aos primeiros chamar das primeiras lágrimas eu já estava me despindo das roupas comuns e buscando entre as roupas sujas as mais vagabundas para poder me jogar na lama. Se o mundo chorasse milhares de vezes eu me alegraria milhares de vezes em suas lágrimas. Hoje o mundo pouco chora, deve ter se cansado, ou de tanto chorar chegou no seu limite, desistiu de si mesmo.
A chuva não parava e não poderia ficar melhor. Os flashes celestes davam um brilho extra para o derramar de lágrimas. Foi então que os amigos medrosos, os mesmos que me tiraram de casa, perceberam que já estava na hora de voltar para seus ninhos, porem a chuva lá fora não dava trégua. Só restou atirar-se nela. Embalamos tudo em sacolas plásticas e saímos na rua, deserta, somente pranto. Nos sentíamos verdadeiras crianças. Estávamos na chuva, na mira dos pingos.
O caminho não era tão longo e não fazíamos a mínima questão de ter pressa. A medida que percorríamos as ruas tornávamos, por conta de nossos gritos de alegria, vítima dos olhares dos medrosos enclausurados. Burros. Danem-se eles. Pensar que horas, minutos, atrás eu era um suicida. Um louco, completo lunático. Pensar que eu nem queria sair de casa.
A chuva uma hora iria parar e eu sabia disso, a final aí já não seria mais chuva, seria um pranto sem fim, um diluvio, ódio do mundo por nós.
Mas enquanto estivéssemos ali, não importavam os raios, a sujeira da água, a demora em chegar em casa ou mesmo o resfriado que viria depois, éramos crianças e acima de tudo éramos os donos da chuva.